Espetáculo solo do ator André Morais expõe as confidências de um homem comum que encontra na loucura a tentativa de superar sua medíocre existência.
“É verdade que de algum tempo para cá eu tenho ouvido e visto coisas que nunca ninguém ouviu nem viu.”, expõe o personagem-narrador no monólogo Diário de um Louco do escritor russo Nicolai Gogol. O personagem é vivido pelo ator paraibano André Morais, que divide com Jorge Bweres a direção do espetáculo, numa realização do Grupo de Teatro Lavoura. A peça que está há sete anos em atividades, se apresentou por mais de 50 cidades, percorrendo todas as regiões do pais e arrebatou os prêmios de Melhor Espetáculo, Melhor Ator e Melhor Música no Festival de Teatro de Guaramiranga no Ceará e no Festival Nacional de Teatro no Espírito Santo.
Breve sinopse
Baseado no conto russo do escritor Nicolai Gogol, o espetáculo conta as desventuras de um funcionário público desesperado de paixão pela filha do chefe que cria que para si um trono e uma coroa na tentativa de superar a medíocre existência. Toda a peça é narrada por esse personagem, que em nossa montagem é anônimo. Os questionamentos sobre a burocracia, o funcionalismo público e o poder, vistos pela ótica do mais frágil, o que ambiciona tanto ser alguém, e assim conquistar Sophie, a filha do seu chefe, que seria o símbolo de sua felicidade e sucesso social. Com a decepção de ser visto ridiculamente por sua amada, ele embarca em uma realidade paralela e a partir de uma nota de jornal acredita ser o novo Rei da Espanha. Ele governa o país, manda e desmanda em seus súditos, acredita conquistar o mais breve Sophie e ter assim o que tanto almeja. Só que em verdade ele foi internado em um hospício, seus súditos são internos e ele sofre fortes torturas e humilhações. No fim, sua única saída é refugiar-se na loucura.
“Na montagem há duas coisas fundamentais: a correspondência orgânica entre os vários elementos da cena e a atuação comovente do intérprete. O diretor Jorge Bweres encontra a medida exata entre o rigor formal e delicadeza. Faz acontecer um diálogo fluente entre as narrativas muito próprias da cenografia, da iluminação e da instigante trilha sonora. Explorador dessa arquitetura, André Morais tira do texto de Gogól, com empenho raro, acordes de amor e calado desespero”. Kil Abreu, mestre em artes, crítico-colaborador da revista Bravo!, jurado dos prêmios Shell e APCA de teatro.
André e Jorge conseguem conduzir o público a um universo cheio de estranhezas e familiaridades. O Diário nos obriga a olhar para dentro, a despistar nossas vistas daquilo que não queremos assumir ou reconhecer em nós mesmos. Trata-te de um teatro pulsante, vivo, visceral e reconfortante. Essa é uma daquelas peças que acontecem de tempos em tempos para recuperar nossa fé na arte.”. Léo Nolasco, doutorando em dramaturgia teatral, ator e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
“Ver o André em cena é vê-lo em sua casa. A tranqüilidade em cena esconde sua juventude, representando este Gogol com toda a dignidade que o texto exige, responsabilidade também dividida pela mão cuidadosa da direção de Jorge Bweres. O palco gosta de André, e assim fica impossível não gostarmos também”. Fernando Yamamoto, diretor do grupo de teatro Clowns de Shakespeare.
“É um belíssimo espetáculo, essencialmente humanista, em que o ator se revela completamente. E é uma dor de todos nós, funcionários públicos. É também fisiológico porque o ator saliva e encara o público numa cumplicidade, repartidos no mesmo sentimento, o drama de sermos/vivermos equilibrados ou não na corda bamba da existência”. Regina Castro, Professora de Arte Educação.
“O Diário de um Louco é um espetáculo instigante, limpo, com uma montagem inteligente e uma interpretação muito criativa, capaz de prender o espectador em clima poético que sublinha a criação dramática”. Altimar Pimentel, dramaturgo.
Ficha Técnica
Solo de André Morais
Baseado no conto de Nicolai Gogol
Direção: Jorge Bweres e André Morais
Música: Marcílio Onofre, Samuel Correia e Wilson Guerreiro
Cenário: André Morais
Iluminação: Jorge Bweres
Figurino: Suzy Torres e Graça Morais
Operação de som: Tina Medeiros / Roberta Alves
Uma realização: Teatro Lavoura
A página está ótima. É belo ver um grupo de estruturando e marcando época. Parabéns!
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Beleza, Bweres. O Diário é realmente um espetáculo de muita qualidade, cuidadoso, e, sobretudo, com um ator de encher os olhos. Parabéns ao grupo. Longa vida. Bons espetáculos. Todos precisamos disto.
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André e Jorge, parabéns a vocês e a todos os que fazem o LAVOURA! O trabalho é muito bom, a dedicação e empenho são fantásticos! Os frutos são extraordinários!
O site está lindo!
Estou agora escutando as músicas do Bruta Flor, uma beleza e riqueza!!!
Bjs,
Val Velloso
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Puxa. Estava eu, procurando grupos de teatro para add e encontro vcs. Entro no antigo blog e leio a ultima nota. Se eu disser que eu li exatamente a historia do me grupo no ano de 2010 vcs acreditam?
Bom, na identificação passei a conhecer o trabalho de vcs. Adorei!
Como faço para receber programação? Vcs dão oficinas?´Sou da Cia. Teatral ”Ainda sem Nome” de Ribeirao Preto, temos um espaço cultural aqui.
Prazer em conhce-los.
E sigam a luta!
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Olá Michelle, obrigado pelo carinho, qualquer informação que deseje saber, escreva para mim: andre.morais@hotmail.com , assim conversaremos melhor… abraço terno
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Vi ontem Bruta Flor, no Santa Roza. Trabalho cuidadoso da equipe e um ator talentoso. Um grupo exemplar!
Vida longa ao núcleo Lavoura!!!
Abs.,
Buda.
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Oi Buda ! Agora temos o nosso Último Édipo ! abraços
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Oi Buda !
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